Corpo, Saúde e Sociedade de Consumo

O mundo contemporâneo é a época da sociedade de consumo, sendo o indivíduo inserido como consumidor. Como a oferta geralmente excede a demanda, para que o mercado continue a funcionar e a lucrar, produtos e serviços são padronizados. Há uma larga oferta de produtos efêmeros, que são descartados rapidamente. As atitudes e os valores dos indivíduos também passam a ser uniformizados. Passam a desejar o que não têm e desprezar aquilo que já desfrutam. À luz da sociedade e da cultura de consumo, o corpo torna-se o objeto mais investido. É negado em sua materialidade orgânica, buscando estar menos suscetível à passagem do tempo. Torna-se coletivizado, se artificializando e sendo incluído no fluxo de diversos produtos e serviços que passam a fazer parte de sua composição. Com a intensa mercantilização das práticas destinadas a alcançar o modelo de corpo socialmente valorizado, quanto mais o corpo segue este modelo, mais valorizado e considerado belo e saudável ele é. Nas sociedades de consumo, o imperativo é: diga-me o que consome que eu lhe direi quem e o que você é. Você pode consumir e fazer qualquer coisa que escolher. Mas ter consciência da lógica do mercado pode poupar você de frustrações e falsas expectativas sobre produtos e serviços que adquirir. . . Referência: SANTOS, Manoel Antônio dos et al. Corpo, saúde e sociedade de consumo: a construção social do corpo saudável. Saúde e Sociedade, v. 28, p. 239-252, 2019.